Veio como um deja vu não metafórico:
O cheiro de passar roupa na sala.
E meus dentes como que grudaram uns nos outros – um Hannibal Lecter sem máscara.
A quentura na tábua de passar marcada de marrom,
O cheiro de fluído de passar dizendo: Não vá amanhã cedo.
Mas a poesia só fala de ir, não de ficar.
Pode falar de voltar um dia:
Eu passando roupa na sala,
Vou sentir o cheiro de queimado e pensar: Volta.
Mas a poesia só fala de ir, não de ficar.