sexta-feira, 24 de abril de 2009

Morte

Veio como um deja vu não metafórico:

O cheiro de passar roupa na sala.

E meus dentes como que grudaram uns nos outros – um Hannibal Lecter sem máscara.

A quentura na tábua de passar marcada de marrom,

O cheiro de fluído de passar dizendo: Não vá amanhã cedo.

Mas a poesia só fala de ir, não de ficar.


Pode falar de voltar um dia:

Eu passando roupa na sala,

Vou sentir o cheiro de queimado e pensar: Volta.

Mas a poesia só fala de ir, não de ficar.